Identificada a quadrilha que usava portos catarinenses para enviar pó à Europa
A Polícia Federal cumpriu 16 mandados de prisão e 24 de busca e apreensão. Foram sequestradas doze aeronaves que traziam cocaína da Bolívia para ser despachados pelos portos de São Francisco do Sul, Itajaí, Navegantes e Imbituba, além de vários imóveis e carros de luxo. Um dos investigados continua foragido.
A ação policial, que iniciou quinta-feira (13), é o resultado de um ano de investigação. Neste período, os federais apreenderam mais de duas toneladas de cocaína que já estavam em contêineres, no meio de mercadorias destinadas à exportação, para ser embarcadas em navios com destino à Europa.
A PF não tem mais dúvidas que está diante de uma organização criminosa, braço direito da facção paulista PCC (Primeiro Comando da Capital). De acordo com release encaminhado à imprensa, os federais afirmaram que a apuração colheu fortes indícios de que os criminosos também atuavam no contrabando de armas de calibre restrito.
Durante a prisão de um dos líderes do grupo, no ano passado em Itaituba, no Pará, os policiais foram recebidos a tiros de armas de grosso calibre. Os traficantes possuíam patrimônios milionários registrados em seus próprios nomes e no de terceiros.
O interesse do PCC pelos portos catarinenses já havia sido alertado por um promotor do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) do Paraná, em 2018. Na época, ele havia comentado que o chefão do PCC, Marcos Willians Herbas Camacho, 52, o Maracola, atualmente trancafiado na Penitenciária Federal de Brasília, teria dado uma trégua no conflito com a facção catarinense, PGC, pois o foco seria os portos catarinenses.
A recente remoção de Marcola, de presídio paulista para a Penitenciária Federal de Brasília, causou desconforto no governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha (MDB) que na última terça-feira (11) acionou o Supremo Tribunal Federal.